O casamento de William e Sónia em Ponta Delgada, São Miguel

A pensar como noiva. Quando queremos muito uma coisa exatamente como idealizamos, não se consegue relaxar por completo. Aquele tempo para a noiva relaxar e desfrutar, hum, no meu caso foi utópico, mas nem por isso menos bom. Dormi poucas horas na semana que antecipou o grande dia. Imprevistos surgiram, e quando não podemos controlar tudo, temos que nos render, e isso também aconteceu. Só assim não colapsamos e deixamos que o destino se encarregue de seguir o seu curso o melhor possível e deixamo-nos fazer parte deste acontecimento que se chama o inesperado. Tudo foi positivo.

Desde vestir o vestido. Com uma família tão numerosa, com irmãos a chegarem de viagem, com filhos em idades muito semelhantes e todos a preparar-se para o grande momentos, obviamente as atenções estiveram muito dispersas. Não estive nervosa, mas senti a tensão de ter somente de desempenhar o papel de anfitriã e isso foi um pouco difícil de centrar em mim. Mas sentir o nervosismo de todos e a alegria de participar do grande momento ajudou-me a ser a personagem deste grande evento. A minha filha ajudou a centrar o pensamento apenas no mais importante e a minha madrinha/irmã tornou o momento especial e familiarmente agradável.

Um dos padrinhos e sobrinho mais velho conduziu-me e à minha filhota à igreja. Ela estava tão feliz. Parecia uma deusa grega. Lindíssima. Eu estava orgulhosa. Confesso, e não sei se já sucedeu a alguém, mas não estava nos meus dias. Após todo o cansaço e azáfama, acrescido a isso a nossa chegada aos Açores depois de 3 longos dias de atraso do avião e espera entre hotéis e aeroporto, (e algumas lágrimas pelo meio), eu não queria o penteado que escolhi, não quis a maquilhagem, não me sentia bem com o todo. Gerou-se o atraso da noiva por um motivo que não vou mencionar para não ferir suscetibilidades (nada grave ou negativo). Apenas um pormenor engraçado. Mas seguimos para a igreja e algo tomava nova dimensão e realidade.

A entrada na igreja foi diferente e inesperada e muito alegre e especial. Se havia gelo, quebrou-se. Mas, o bouquet tinha sido substituído pelo telemóvel! Mais um atraso e um momento de espera enquanto o padrinho voltara a casa para apanhar o bouquet. Cá estão os imprevistos.

Nós ouvimos dizer que quando a noiva entra se esquece tudo e parece haver só ele e ela. Apesar de já andarmos na vida um do outro há 25 anos, entrar na igreja de braço dado ao meu adorado pai e depois olhar para o noivo fez com que tudo convergisse somente para nós. Foi querer chegar ao porto seguro e tudo fazia pleno sentido. Foi uma emoção tão linda que nao permitiu conter lágrimas em mim, nele e em todos os presentes. Este foi o momento! Houve muita emoção, muita alegria e foi lindo ver um grupo tão bonito de pessoas que farão sentido de estar connosco nos próximos 25 anos.

O copo-de-água foi muito aprazível e novamente com momentos únicos com todos os convidados, sobretudo o poder ter proporcionado momentos deliciosos com a família que não estava toda reunida há 8 anos. Celebramos também as bodas de ouro do meus pais e isso deu-nos a todos uma satisfação tremenda. Igualmente, a minha irmã mais nova celebrou o seu 29º aniversário. Nós somos gratos por termos reunido tantos momentos únicos e de uma singeleza extraordinária. A comida era divinal. Os bolos celestiais. Toda a decoração cheia de magia e encanto e pensada ao pormenor. O tempo passou literalmente voando e foi tudo tão preenchido e cheio de contecimentos que outros imprevistos se deram. Esquecemo-nos de lançar o bouquet e a liga!

Este é o nosso sonho tornado realidade. O nosso momento.