Não recomendo em absoluto!
Gostaria de deixar registada a minha insatisfação com o serviço prestado pelo ateliê The Soul Dress durante o processo de confecção e entrega do meu vestido de noiva. Apesar de ser uma peça de elevado valor sentimental e económico, apresentou vários problemas graves que comprometeram não só a experiência no dia do casamento, mas também todo o processo anterior. Como:
1. Incumprimento de prazos: O prazo de entrega inicialmente acordado não foi cumprido, causando-me grande ansiedade e a necessidade de reorganizar constantemente a minha agenda.
2. Personalizações não realizadas: As modificações solicitadas não foram atendidas. Na primeira prova, o vestido estava visivelmente diferente do design proposto durante a visita de 12/09. Não parece ter havido qualquer revisão prévia para garantir que as alterações estavam devidamente executadas antes da marcação da visita. Exemplos claros incluem:
• A abertura do vestido encontrava-se à frente, mas de forma vertical, e não transversal, como solicitado.
• As alças removíveis solicitadas não estavam presentes na peça, mesmo tendo sido um requisito previamente acordado.
3. Qualidade inferior ao esperado: Na visita de 04/10, após quase um mês de espera, o vestido encontrava-se numa condição ainda mais catastrófica. Os problemas identificados incluem:
• A abertura, apesar de estar supostamente transversal, começava na lateral do corpo e seguia em direção ao centro, deixando a perna exposta de maneira inadequada, ao invés de estar localizada à frente do vestido, como solicitado.
• Deformações significativas na cintura, costuras visíveis e linhas mal acabadas.
• O bordado da cintura foi executado com linhas passando sobre a pedraria, prejudicando o acabamento e a delicadeza esperados numa peça desse nível.
• Ausência de pedraria rente aos cortes da cintura, como inicialmente previsto.
4. Problemas persistentes: Apesar de algumas melhorias na terceira visita, em 11/10, ajustes essenciais ainda estavam pendentes, como o cumprimento das alças removíveis, o gancho para prender a cauda, ou mesmo a costura das saias subsequentes ao tule (na parte inferior), para evitar que se soltassem e formassem embolados.
5. Problemas com pedraria: No dia 15/10, levei finalmente o vestido para casa. Contudo, ao seguir as instruções do ateliê para deixar o vestido “respirar” no dia 17/10, notei que a pedraria começou a soltar-se. Ao reportar o problema, fui informada de que a peça era delicada, sugerindo que o problema teria ocorrido devido a falta de cuidado da minha parte – algo que considero injusto, pois todas as recomendações foram seguidas.
6. Problemas no dia do casamento: Apesar dos esforços para resolver as falhas, o vestido apresentou os seguintes problemas durante o evento, já discutidos pessoalmente durante a minha visita ao ateliê no dia 06/11, acompanhada pela minha madrinha e pelo meu marido:
• O período de utilização foi inferior a cinco horas, devido ao desconforto e às limitações funcionais da peça.
• Os reforços das saias romperam-se durante o evento, obrigando-nos a improvisar uma costura para utilizá-lo no baile oficial.
• O vestido causou desconforto na região lateral da costela, uma área que não foi mencionada nas recomendações do ateliê. A peça usada como proteção (short) não resolvia este problema, já que o desconforto era causado pela parte superior do vestido.
• As alças desencaixavam-se repetidamente, exigindo ajustes constantes e dificultando a mobilidade.
• A costura visível na zona do fecho prejudicou o acabamento e a estética da peça.
• A cauda apresentava um efeito de embolado que precisou ser escondido em fotografias, comprometendo a experiência e o aspeto visual geral, além de limitar as possibilidades de registos fotográficos com os convidados.
Por precaução, levei um vestido extra, que infelizmente teve de ser utilizado devido aos problemas mencionados. A insegurança foi tal que fiquei agradecida por tê-lo levado comigo, embora não fosse inicialmente para esse fim.
Atualização: Visita de 22/11
Hoje, voltei ao ateliê para buscar o vestido após a lavagem oferecida pelo ateliê como gesto de compensação. No entanto, solicitei vesti-lo para confirmar o estado da peça, algo que pareceu não estar na programação das atendentes. Durante esta prova, constatei novos problemas:
• Linhas soltas no franzido do corpete.
• Interior do vestido com vestígios de terra e resíduos, algo inaceitável considerando que foi lavado.
• Ao questionar as atendentes, foi-me dito que os resíduos internos seriam supostamente relva que não sai, independentemente do produto usado. Esta justificativa é, no mínimo, inaceitável, considerando que nem estive em relvados naturais, apenas num relvado artificial colocado pela quinta onde casei devido à chuva na noite anterior.
Como solução para o problema, foi-me oferecido um shooting de fotos, o que considero insuficiente diante do desgaste emocional, financeiro e físico causado por esta experiência. Reforcei o meu descontentamento, acompanhado pela minha madrinha, e solicitei o livro de reclamações para registar formalmente a situação.
Todo este processo, que deveria ter sido resolvido em no máximo duas visitas, já se prolonga para sete sem contar as visitas iniciais para escolha e recolha de medidas para então mandarem confeccionar. Além de desgaste emocional, envolveu despesas extras com deslocações, portagens e estacionamento. Um vestido de noiva não é apenas uma peça de vestuário, mas um elemento central num dia de grande significado emocional. O serviço prestado deveria refletir a qualidade e o respeito compatíveis, no mínimo, com o conceito da loja e também com o valor da peça.
Peço, encarecidamente, que o ateliê reveja os seus processos de atendimento e produção para evitar que situações como esta se repitam. São traumas que uma pessoa leva para toda uma vida, mesmo que possamos voltar a celebrar, este registo nunca sairá e nunca poderá ser alterado, pois ele se foi. E o dia 27/10/2024 não volta.